
O tempo moldurado: nosso receptivo
Essa casa é uma ruína antiga, provavelmente dos anos 50. Encontramos ela assim: inacabada, abandonada, mas cheia de presença. Em vez de apagar o que o tempo deixou, escolhemos enxergar valor. Não estamos construindo uma nova casa, mas criando um lugar que acolhe a história onde a ruína vira obra de arte e cada parede preservada conta um capítulo ainda em aberto.
O que está nascendo aqui é um receptivo, não só no sentido tradicional da palavra, mas como um espaço de acolhimento de memórias. Um lugar moldurado para proteger o que resistiu ao tempo e dar espaço ao novo que chega.
As estruturas originais serão mantidas: paredes inacabadas, tijolos expostos, ladrilhos resgatados, janelas antigas. Ao lado delas, chegam elementos contemporâneos, criando uma nova narrativa: uma costura entre passado e presente, entre o que foi e o que ainda pode ser.
Nosso desejo é que cada pessoa que entre aqui se conecte com fragmentos da sua própria memória e crie novas. Que esse lugar provoque lembranças da infância, dos avós, da casa onde crescemos: de um tempo em que tudo tinha outro ritmo. E que também se transforme, ele mesmo, em uma lembrança viva: um encontro entre o antigo e o novo, onde arte e tempo se misturam.
A Casa Soncini não é apenas um espaço que recebe pessoas. Ela desperta o desejo de lembrar, de se reconhecer, de levar algo daqui para dentro da própria história. Mais do que um lugar físico, essa casa está se tornando uma experiência. Uma memória moldurada. Um legado em formação.
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